terça-feira, 20 de novembro de 2012

Reflexões: de Pai pra Filho


Grande Ro,





Estou com aquele teu "carção" branco que ostenta o cabalístico número 7, da UFSC, do tempo em que você através do Basquete, muito bem a representava no Esporte Competitivo, e da qual por você também aprendi a dela gostar.





Em cima do logo, no Brasão, existe uma expressão: "Ars et Scientia", não a conhecia e resolvi pesquisar sobre o assunto e fiquei perplexo. A maioria das escritas demonstram que a arte há muito tempo foi banida da Universidade. É uma pena que Fazer?



bjkas

Marcão Ferrari


Pois é, pai, isso é uma verdade que me incomoda também e o mais legal é que essa reflexão também me tomou de assalto quando vi o brasão da UFSC no meu primeiro ano de facu. O problema é que a sociedade e a cultura só valorizam o que é útil e a arte é inútil, para Kant, uma finalidade sem fim. Há um rio que passa no meio da UFSC e brincamos que ele dividi a universidade em duas classes, os ricos e os pobres. Na parte dos ricos está a engenharia, ciências da computação... do outro lado a filosofia, educação... mas é do lado pobre do rio que ainda há esperança, ou melhor, arte.


A arte na UFSC é menos a do belo e do sublime, a arte na UFSC se materializa numa exposição cotidiana na sua função subversiva, na política. Há arte nos muros, nas salas de aula, nos alunos, nos professores, no almoço do restaurante universitário que custa um real e cinquenta centavos. Propor a retirada do arte do brasão da UFSC é uma forma de arte, de provocar, de fazer política.


A arte da UFSC é cifrada, um código e está ameaçada de extinção. Na UFSC acontece apenas o que acontece na sociedade, a arte como potencia subversiva não têm valor numa sociedade em que o individuo é medido pelo $.


Bjs e te amo, saudades de nossas conversas


Rodrigo Ferrari

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