quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Resenha, 9 de outubro / Valter

- O Valtão é mesmo muito irônico, Parabéns pelo texto, abraços Marcão


Prezados boleiros:

Conforme revelado pelo Claudião fui obrigado a cumprir pena alternativa comparecendo no último domingo ao nosso, digamos, com todo respeito, “Itaquerão” da Zona Sul e tendo que assistir aos jogos dos nobres boleiros confesso que entrei em “parafuso” como se diz na gíria das reações comportamentais..

 A razão de minha crise é obvia: Faço parte desse grupo gerador potencial  de videocassetadas futebolísticas que certamente garantiriam o programa do Faustão por décadas... .e o mais grave: sou um dos piores do grupo, ou sob outro enfoque mais positivo, um dos melhores atores dessa modalidade de vídeo.....

Diante de tamanha crueldade a que fui submetido não me restou outra alternativa a não ser ficar observando alguns detalhes que poderiam passar despercebidos quando em atividades jogando estou fazendo parte desse autêntico “Improriso futebolístico”. A diversão tem origem na formação dos times....

Preocupação, indignação, revolta, são sentimentos expressos nos rostos dos participantes que se manifestam com ironia e com palavras de desafio ao oponente....Tudo isso feito com absoluta imparcialidade e independência por parte de quem divide os times. Para premiar o esforço do trabalho de divisão o executor dessa tarefa pode escolher qual o time em que irá jogar..

E aí temos a confirmação daquele velho e famoso ditado: “quem parte e reparte e não fica com a melhor parte é bobo ou não tem arte”. E nesse ponto temos que admitir que em nosso grupo não temos bobos e todos são verdadeiros artistas.... Deixando de lado a questão da divisão dos times, vamos ao desenrolar das partidas. Quem assiste precisa ficar atento, pois se houver uma mínima distração, certamente perderá alguma coisa interessante...



Um exemplo dessas observações foi a atuação do Claudio como goleiro....Num certo momento, o Claudião, na tentativa de abraçar carinhosamente a bola que insistia em não querer qualquer afago do nobre diretor, saiu correndo com os braços abertos em direção à ela na tentativa de agarrá-la junto ao peito. O percurso foi desde as linhas do gol até quase o meio do campo, abrindo e fechando os braços em vão, pois a bola seguia caprichosamente à sua frente em velocidade só um pouquinho, caprichosa e suficientemente maior.... cena típica do Mr. Bean ....

Não satisfeito com a cena patética acima relatada o Claudião foi autor de outra façanha. Na tentativa de defender uma bola cruzada (vou utilizar os termos adequados da era Claudião) num “corner” contra o seu time o experiente guarda-valas ou goal-keeper da era Justin Bieber tentou uma defesa inusitada: postou-se de bunda para os ataque adversário e de frente para o seu próprio gol tentou abraçar a bola com firmeza, mas, para sua tristeza e decepção a bola bateu em seu peito e seguiu seu rumo absolutamente previsível para todos (exceto para o Claudião) qual seja: o gol...... contra!......

Esses lances me fizeram lembrar uma obra infantil de Jorge Amado denominada “A bola e o goleiro”, que se aplica totalmente ao nosso divertido futebol de domingo pois não tenho dúvidas que nesses momentos retornamos à nossa infância...(não admitir essa possibilidade seria muito grave pois nos enquadraríamos facilmente nas teorias do Psiquiatra Francisco Franco da Rocha e poderíamos ser considerados novos colonizadores de uma unidade do Juqueri em pleno Centro Olimpico....)

Essa obra tem tudo a ver com o nosso grupo! Parece que Jorge Amado também cumpriu pena alternativa no Centro Olímpico, assim como eu no ultimo domingo... Nessa obra o autor conta a história de um goleiro (Bilô-Bilô) que vivia as turras com as bolas. Uma dessas bolas de nome “Fura-Redes” gostava de ver e ouvir a vibração dos torcedores e era considerada a heroína dos gramados. A bola Fura-Redes não permitia que o goleiro efetuasse a defesa num chute a gol. Ela não diferenciava um craque de um perna-de-pau. Para ela todos eram iguais.

Partia em direção ao gol para desatar a vibração do povo nos estádios a cada tento que marcava. Todos dignos de placa. Um dia, porém, como sucede com todas as criaturas, Fura-Redes se apaixonou e logo com quem! Em lugar de se apaixonar por um artilheiro, por um atacante, entregou o seu coração a um goleiro, o “Bilo-Bilo” e aí o goleiro muda completamente a sua história. Dentro desse contexto do livro do Jorge Amado, é possível estabelecermos a semelhança com os nossos boleiros.

 Senão vejamos: O “Bilo-Bilô” poderia ser o Claudião, pois quem sabe temos também a bola “Fura-Redes” (antes dela se apaixonar pelo goleiro “Bilo-Bilo”) em ação em nossos jogos? Os dois lances descritos acima com a participação do “Bilo-Bilo”, quero dizer. do Claudião e da “Fura-Redes”, são provas disso. A bola não queria saber do carinho do goleiro.....

Essa teoria nos leva a possibilidade da “Fura-Redes” ter se apaixonado pelo Tonico e aí ficaria explicada toda aquela sequencia de “milagres” em suas defesas todos os domingos...  Há também a possibilidade da bola ter se apaixonado por algum atacante. Quem sabe selecionando naquele sacolão de bolas temos utilizado alguma bola “atleta de cristo” em algumas partidas que tenha se apaixonado pelo Dante.


Nessa linha estaria explicado o ritual do Dante a cada lance de gol do grande artilheiro com os movimentos do sinal da cruz como forma de retribuição do amor recebido.... Que dizer então quando o Renato pela direção do bico de suas chuteiras está mirando o ultimo galho da arvore mais alta ao redor do campo acerta o gol adversário, bem ali no “ninho da coruja” como se diz na gíria futebolística para descrever que a bola entrou no ângulo das traves em velocidade e posição absolutamente indefensável para o goleiro. Só pode ser alguma bola apaixonada por ele. Qual o nome da bola?  Certamente seria uma bola Tucunaré (do tupi tucun: “arvore” e aré: “amigo”).


E essa constatação não para. Que dizer dos gols marcados pelo Genaro no ultimo domingo? O cara chutava da linha de fundo, do meio de campo, de calcanhar, de ombro, de bico, de chaleira, etc. e todas as bolas chutadas entravam com um beleza digna dos grandes goleadores. É claro que nesse domingo, tivemos o efeito do momento Italia-Brasil 2011 que estamos vivendo e certamente utilizamos alguma bola representando o tema:  “oriundi fatto com passione” .  Digna homenagem aos nossos queridos imigrantes italianos e principalmente quando os gols foram feito pelos nosso craque Genaro.... Foto do Craque cedida pelo Depto de Esportes do Palmeiras

PS: Muito boa a resenha, poderíamos completar que o resultado deste jogo foi 4 x 4  com os gols do Everton do outro lado. Vou guardar a reportagem para mostrar para a família e futuros netos que estão chegando, pois eles não confiam nas minhas “resenhas” quando nas reuniões familiares.  Ah  vou mandar para o Felipão e Murtoza para ver se interessarem em implementar como estilo de grupo e  convido vcs para a próxima preleção do Palmeiras. Abs, Genaro



Não poderia deixar de registrar minhas observações em relação ao Adelino. Que será que aconteceu no relacionamento dele com a bola? Eu acreditava que alguma bola era perdidamente apaixonada por ele, desconfiando que seria uma bola “gay” pelos estranhos shorts por vezes utilizados pelo nosso querido craque e artilheiro.

Nesse último domingo estava uma situação estranha entre ele a e a bola....ele chutava para um lado ela ia para outro tentava dar um tapinha e a bola subia às alturas...gols incrivelmente perdidos.... A explicação?  A bola gay trocou sua paixão pelo Adelino e se encantou pelo Theron e por isso tivemos há algumas semanas atrás o Adelino perdendo gols incríveis e o Theron fazendo defesas fantásticas (quando o Theron quebrou o dedo tratava-se de outra bola que foi colocada em jogo substituindo a bola gay que estava sendo usada. Pura cena de ciúmes dessas duas bolas....



Não quero alarmar ninguém, porém fiquei sabendo que no sacolão de bolas há uma que é apaixonada pelo Marcão, Basilio, por mim, Claudião, Marino, dentre outros. Essa bola quando está em jogo faz com que esses jogadores se tornem poderosos, cheios de orgulho e consigam reviver momentos de suas carreiras quando eram jovens. Fantástico mesmo. Nesse domingo fiquei conhecendo melhor essa bola e até mesmo o nome dela: É a bola “Hebe Camargo”.......


 Chega por hoje. Estou à caminho do Forum. Vou pedir ao Meritíssimo Juiz que me poupe de tanto sofrimento aos domingos (não basta o meu tricolor ter o Adilson Batista como técnico e depender dos gols de cabeça do Juan para ser campeão?) 

Saudações tricolores:  Valter Gonçalves

Nenhum comentário: