sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Coluna do Marino / Corinthians e Palmeiras

Grande Marcão, Pelo clássico de domingo estar mexendo com todo o País, achei legal te enviar, com as devidas adaptações, a matéria sobre o maior clássico do futebol Paulista.

Abraços


Marino

Apenas quem não conhece ou por momento esquece as origens dos times, a forma como nasceram, como cresceram e cujas histórias se confundem com a própria história da cidade e também com acontecimentos mundiais, pois a segunda guerra provocou até a mudança do nome de Palestra Itália para Palmeiras nos anos 40, não conseguirá compreender o que estará em jogo no próximo domingo.

Não estará em disputa somente a decisão do Campeonato Brasileiro de 2011.

Não estará sendo disputado ali apenas um jogo de futebol. Estará sendo jogado mais um capítulo dessa história cheia de rivalidade, de antagonismos e paradoxais igualdades que marcam e confundem as origens e a existência destes dois grandes clubes.



Pergunte a um Palmeirense ou a um Corinthiano qual o seu maior rival .

Não será o São Paulo nem o Santos.

Será o Palmeiras para o Corinthiano e o Corinthians para o Palmeirense.

Quem prefere a calmaria de um jogo técnico, pode se deliciar com jogos da Europa, onde craques de várias origens e países diferentes, muito bem pagos, se misturam e jogam as partidas como se estivessem jogando xadrês. Há muita técnica, jogo bem distribuído, passes perfeitos, juizes e técnicos frios e calculistas, mas pouca emoção ou emoções contidas.

A torcida assiste aos jogos como se estivesse assistindo uma peça de teatro.




Num Corinthians e Palmeiras não procure isto porque nesse clássico, mesmo que haja técnica como já houve no passado, com craques renomados, o que marcará o jogo será a luta, a disputa, o acirramento, a briga, a discussão.

Nunca será um jogo “politicamente correto”. Lembram do primeiro jogo do Ronaldo Fenômeno em Presidente Prudente em que o consagrado craque acostumado com a calmaria dos jogos na Europa e quando marcava gols apenas corria e sorria levantando o dedo indicador mas no entanto ao marcar o gol de empate contra o Palmeiras, no último minuto, foi pra galera e o alambrado veio abaixo ?

É quase um jogo de várzea . Aquela várzea dos bons tempos de jogos e times memoráveis e que infelizmente aos poucos está desaparecendo.

Palmeiras x Corinthians provoca discussões em bares, fábricas e escritórios na semana que antecede o jogo e continua pela semana seguinte, com as brincadeiras e gozações, agora multiplicadas pela Internet, twitters , etc.

Este clássico foi tema de filmes maravilhosos como “Boleiros” em que são contadas histórias belíssimas de craques e técnicos famosos, como Oswaldo Brandão e craques da época. Muitos técnicos atuais usam este filme para orientar seus pupilos nas idas e vindas da bola, da fama e ostracismo, para jogadores de futebol.

Foi tema do filme "O casamento de Romeu e Julieta" *1, onde se pede licença a Shakespeare, para se contar a história de amor entre a filha (Luana Piovanni) de um Comendador Italiano e conselheiro do Palmeiras (Luis Gustavo) com um oftalmologista Corinthiano fanático (Marco Ricca) e cujo enredo segue de forma humorada e revela toda a rivalidade entre os dois times e suas fanáticas torcidas.

Corinthians e Palmeiras ultrapassam os limites de um jogo e de um campo de futebol e se misturam aos hábitos, costumes e maneiras de ser dos Paulistas e principalmente dos paulistanos.

No próximo domingo teremos mais um "jogo de várzea" , em que o orgulho e a honra dos dois times e de suas torcidas estará presente e desde já a cidade respira este clássico que ganha agora contornos nacionais e há uma divisão clara dos torcedores brasileiros .

Será por ironia do destino, o confronto, das duas maiores torcidas do Brasil, Flamengo e Corinthians, contra as torcidas dos demais times, porque não há maior rivalidade em jogo do que no Rio entre Flamengo e Vasco e em São Paulo entre Corinthians e Palmeiras ! O clássico antes Paulista, agora passa a ter contornos nacionais

O Palmeiras entra em campo, descontraído e sem maiores responsabilidades . Não tem na da a perder.

O Corinthians entra em campo tenso e pressionado, mas tem tudo a ganhar !

Quem vencerá ? Quem os deuses do futebol escolherão para sorrir ou para chorar ?

Abraços, Marino



Grande Marino,


Pelos Deuses já fui mais do que Contemplado:

- No domingo estava passeando em Floripa e tive a oportunidade de assistir, o jogo do Corinthians contra o Figueira, dai, quando você fala no futebol de Várzea, logo me vêm à memória, os Derbys do Bairro da velha Mooca.

A distância entre os redutos, das torcidas, com certeza, não passavam de três ou até mesmo de cinco quilômetros, senão vejamos: a Rua dos Campineiros, com o antigo IAPI, ou mesmo IAPETC, no Campo dos Bois ou no antigo Prado, da Rua Bresser e o Campo do Parque na Av Paes de Barros.

Por lá passaram grandes craques, que também brilharam nos times profissionais. - Lá “o pau comia” literalmente, e a periquita cantava, nos clássicos: Parque da Mooca contra o Sampaio Moreira, Vasco Paulista contra Vasquinho, Oliveira, contra o Taquari, Campineiros contra o Bertioga... –Quanta emoção, lá a bola era toucada com carinho, era a rainha do espetáculo, os boleiros seus súditos a tratavam com reverencia e com muita elegância.

Era garoto magrelo e alto, com 14 anos, já vestia a camisa cinco, do querido moleque travesso, levado pelo Hidalgo, ex Santos, Curitiba, entre outros, meu padrinho, da bola e companheiro de Time no Metalúrgica Paulista, que por várias vezes foi Campeão do Torneio 1º. De Maio, quase sempre jogado no Campo do CERET. À bem da verdade, dificilmente estes jogos chegavam ao final, o “pau quebrava” antes e sempre um maluco fugia com o troféu que era oferecido e surrupiado.

Voltando ao jogo do Timão em Floripa, lembrei-me de quando você fala dos torcedores da Europa, que estão amarrados e não conseguem gritar ou chamar o juiz de filho da puta, pois, estava assistindo o jogo no território do inimigo, mais especificamente, nas cadeiras cativas dos associados do Figueira, portanto o risco de qualquer gesto seria fatal.

Mesmo assim quando o Corinthians marcou, comecei a gritar juiz ladrão, filho da puta, o negrão –o Santo Liedson- estava em impedimento, risos, mais risos e muito mais risos, eles – a torcida- que se fodam. Ainda quando o Fluminense empatou com o Vasco, o Scarpelli veio abaixo, acompanhado do grito Ehhhhhh Campeão, ainda que por menos de cinco minutos.

A premiação do Deuses, nunca falha, e sem duvida alguma, vai cair SOBRE O Timão, afinal de contas foi o MELHOR do Campeonato...

Bjkas, Marcão

Um comentário:

Anônimo disse...

Grande Marcão,
Você é um cara privilegiado e abençoado pelos Deuses do futebol porque não há nada mais emocionante e gratificante do que assistir a um jogo do Time do coração em outra cidade. Jogo decisivo então nem dá para imaginar. Não há como comparar e é difícil até descrever, porque emoção não se descreve se sente !!!
Você conseguiu ambas !

Abraços
Marino